Jamais imaginei a possibilidade de alguém associar mostarda e maionese, à sardinha assada. E no entanto foi mesmo o que ouvi de um grupo de rapazes em volta de uma mesa improvisada num arraial cá do bairro. Não quis acreditar mas o facto é verídico. Ainda lhes disse que estavam errados, que aqueles molhos não combinam, que as sardinhas assadas são para serem comidas sobre fatia da pão, que a salada é com azeite e vinagre... Que não, que eu ainda vivo no passado e que "há que inovar e acompanhar os tempos". Desisti e fui "abancar" numa mesa afastada, antes de perder a vontade de comê-las à minha maneira. Mas numa coisa eles acertaram: bebiam vinho tinto e não cerveja nem leite (o que não seria inédito). Só peço uma coisa: manter-me lúcido quer para as sardinhas, quer para todas as ideias.
Quando nasci em 2007, dum parto a 3, (a saber: maria kuak, nck e kok), nunca pensei ter vida para além de meia dúzia de meses. E no entanto, e apesar da minha descrença, aqui estou com 15 anos no bucho em resultado do apoio de muitos amigos que por aqui vão deixando comentários, e da teimosia dum galo cujas ideia e imaginação já conheceram melhores dias (e noites). Em todo este tempo encontrei muitos blogs; alguns perderam-se nas ruas blogosféricas mas outros há que ganharam espaço e vão-me acompanhando apesar das minhas irregulares e prolongadas ausências "textuais". Considerando que tudo tem o seu tempo é certo que o meu já não será muito mais longo, que isto de viver encafuado num galinheiro e estar dependente da vontade dum galo não deixa grandes prespectivas de continuidade; todavia nunca se sabe o dia de amanhã sem o vivermos, por isso... até amanhã.
Estava o Maio de 2007 terminando quando eu aconteci. Foi no dia 29 logo depois do almoço e, diga-se a verdade, sem grandes perspectivas futuras em virtude de ter sido gerado por um triunvirato (entretanto desfeito) a saber: a Kuak, o NCK e o Kok. Deles resta o Kok, uma espécie de galo mal amanhado, (com ideias +ou- engraçadas e laivos aparvalhados) que me vai alimentando com textos que muitas vezes não se entendem. Vou-me mantendo nesta rua blogosférica com a esperança de que ele, o Kok, dê continuidade à minha existência (mesmo que com as tais ideias), e que os comentários dos blogs amigos que me ajudam a viver, se mantenham. Mais não posso fazer, ou melhor, nós BLOGS mais não podemos fazer, né?
Aliás o facto de somente uma semana depois o gajo se ter lembrado da data do meu aparecimento é revelador de quão periclitante é a minha existência.
Esta pintura datada de 1508 é da autoria de Lucas van Leyden.
A fotografia abaixo é datada de 2019 (tem para aí uns oito a dez dias cujo autor desconheço, as minhas desculpas) fez-me lembrar aquela cujas diferenças são notórias quer nos trajes, quer nos propósitos, porque enquanto na primeira o objectivo era desenvolver e exercitar o raciocínio intelectual no sentido de encontrar a melhor estratégia para ganhar o jogo ao oponente, a segunda é mais no sentido de endrominar não somente o oponente mas também os mirones reunidos em volta do tabuleiro.
Esclarecimentos para quem não conheça os vucábulos e/ou o seu sentido: