Isto dum gajo (eu, hoje) “fazer anos” não é mau. Um gajo faz os anos que tem que fazer, por obrigação mas também sabendo que os não fazendo, nem que seja uma só vez, corre o risco de não mais voltar a fazê-los. Esta é a razão porque os tenho repetido desde o primeiro ano após o meu nascimento e, sem pretensões, estou decidido a manter este hábito. Poderão dizer é uma espécie de vaidade ou até de uma presunção perante a sociedade, mas isso pouco me importa; enquanto eu tiver capacidade e vontade para tal vou, ano após ano, continuar a fazê-los. Porque não fazê-los é muito pior.
Isto dum gajo (eu) “fazer anos” não é mau. Um gajo faz os anos que tem que fazer, por obrigação mas também sabendo que os não fazendo, nem que seja uma só vez, corre o risco de não mais voltar a fazê-los. Esta é a razão porque os tenho repetido desde o primeiro ano após o meu nascimento e estou decidido a manter este hábito. Poderão dizer é uma espécie de vaidade ou até de uma presunção perante a sociedade, mas isso pouco me importa; enquanto eu tiver capacidade e vontade para tal vou, ano após ano, continuar a fazê-los.
Se bem (não) me lembro foi assim que aconteceu:
nasci na madrugada calma duma noite agreste,
de chuva farta e violenta que fustigada por forte vento
ressoava nas telhas da casa em ondas intensas,
como um tambor em ritmo descontínuo.
As ruas de terra abriam-se em carreiros
por onde a água corria sem rio a onde chegar.
Os trovões lá bem longe quase não soavam
e dos relâmpagos nem um brilho se via.
Lá fora o escuro!
A chama do candeeiro poisado na mesa
não tinha força para combatê-lo.
Passavam as horas e no entanto nunca mais chegava a hora.
Mas chegou!
Chegou quando era madrugada.
Cheguei quando lá ao longe na torre da igreja soaram as 6 horas na forma de badaladas.
Foi de madrugada que nasci. Era a madrugada de nove de abril.
Não sei se é por isso que gosto das madrugadas.
Mas gosto!
Sem certezas acredito que "a coisa" foi (+ ou -) assim!