O "SURDO"
Um dos meus amigos de café, o Américo, está quase surdo. Não é surdo mas "faz as vezes" porque com o avançar da idade tem perdido gradualmente a audição. Para nos fazermos ouvir temos que quase gritar-lhe ao ouvido e é quando ele diz: é pá não me grites, eu não sou surdo! Vem isto a propósito de uma consulta médica que lhe foi marcada no hospital aqui da área, na especialidade de otorrinolaringolodia e que, de acordo com as normas em vigor, não vai ser presencial mas por telefone. E é aqui que mora a ironia da situaçõn: uma consulta telefónica a um doente surdo?! Foi, evidentemente, uma gargalhada geral quando o Américo nos contou a situação e no momento ficámos curiosos para "assistirmos" à dita consulta (hoje dia 17, às 14horas) e percebermos qual e como vai ser o diagnóstico. Sem surpresa o SôrDótôr (gritando ao telefone com a mulher do Américo e a mulher gritando com o Américo e com o Dótôr) informou o amigo Américo do que já todos nós sabíamos (menos o Américo): -O Sr. está praticamente surdo, Sr. Américo! Só tem audição mínima do ouvido direito porque o esquerdo está completamente obstruido! E diz-nos o Américo: estas consultas são uma treta. Surdo eu? de certeza que o gajo nem médico é!!... vocês tão-se a rir de quê?, o kéke vocês tão p'rái a dizer?, falem mais alto que não estou a ouvir nada... (Américo, pá, tu és o máximo...!)