EU e a MORTE
Eu a morte ou a morte eu? Nestes casos a ordem é absolutamente arbitrária. Ou não, se considerarmos que eu cheguei antes dela e em sequência o título é mais certo do que a alternância. Mas o que interessa mesmo é a morte. Não!! O que interessa mesmo sou eu, porra! É a vida!
(A morte que vá morrer longe; puta que a pariu!!!)
Senão vejamos: eu nunca morri e, tanto quanto posso saber, nada me garante que isso aconteça.
Podem replicar-me: mas toda a gente morre, ao que posso respingar com base em conhecimento de factos verídicos: há muita gente viva e de entre tanta gente muitos há que devem anos à cova e continuam vivos!
Por isso afirmarem-me que, mais tarde ou mais cedo, vou morrer tem a mesma importância que me garantirem que ganharei o €uro milhões só porque de quando em vez “lá invisto” 10€uros.
Recapitulando, não tenho a certeza de que morrerei. O que posso garantir é que estou vivo, (desde à muitos anos), e que assim pretendo continuar.
Logo, se vos constar que morri não acreditem sem antes confirmarem a notícia, no mínimo três vezes junto de fontes idóneas. E a confirmar-se o facto sugiro que estejam preparados para receberem a minha visita em noites de lua cheia (por proporcionarem maior visibilidade) no sossego dos vossos lares. Mas sem sustos; basta-me encontrar sobre a mesa um pratinho com pasteis de bacalhau, umas fatias de presunto e brôa, sem esquecerem uma garrafinha de branco fresco (verde ou maduro tanto se me dá).