A VISITA da PARENTA
Todos os anos é a mesma coisa. Aparece sem avisar, deixa-se ficar como a casa fosse a sua e, tão depressa como entrou assim se irá embora, sem qualquer aviso de véspera e sem um simples acenar de despedida. Este ano repetiu-se a cena: chegou e abancou-se! Bem sei que devemos estar receptivos a acomodar familiares -de quem até gostamos e estimamos- mas ao menos uma palavrinha de véspera, não é?
-Chego amanhã, por exemplo.
Mas não! Aparece sempre por estas alturas, quase sempre radiosa e perfumada, humores que às vezes alternam com lágrimas e/ou desassossegos, mas nada que perturbe o convívio. Sabemos que abalará de um dia para o outro, sem sequer se despedir; continuamos contudo sempre dispostos a recebê-la e de braços abertos:
refiro-me, evidentemente, à visita da PrimaVera.