A UM AMIGO
Nascido a 5 Maio 1908!
José António Pinheiro e Rosa faria hoje 100 anos!
Sabem quem foi este homem? Talvez não saibam!
Eu, porém, tive o privilégio de o conhecer, de o ouvir e de lhe falar, de com ele privar em sua e na minha casa e de cada vez que dele me recordo, lembro um nosso encontro, em Faro: ambos sentados na sala ouvindo “as quatro estações” de Vivalvi!
Foi para mim, mais do que para ele, um momento! Foi o momento!
Este homem que foi historiador, pensador e pedagogo, compositor, professor/aluno e aluno/professor (como ele dizia), para quem Faro, o Algarve e Portugal têm uma dívida que nunca será regularizada, foi/é esquecido de tudo e de todos os que têm responsabilidades governativas em todos e quaisquer escalões.
Eu sei que vou dizer um disparate, e todavia digo-o: há “cérebros” que não deviam morrer. (evidentemente, as pessoas)!
Por saberem tanto e terem ainda tanto para dar, para transmitir, para ensinar…!
Vão-me desculpar um desabafo: todos esses governantes que sistematicamente se esquecem da cultura e dos seus valores e interpretes, em detrimento de outros “folclores” também deveriam ser esquecidos e ignorados pelos historiadores; deveriam ser vetados ao esquecimento! Ou apontados como culpados pelo que, (tendo possibilidades para tal), não fizeram!!
Choro-te!
Riu-me, contudo, desses parvos que se esquecem que a eternidade não é para eles, pobres coitados, que tal como as mariposas procuram a luz na escuridão em que navegam e que mal aquela se apaga nesta mergulham sem destino, sem causa nem razão, sem propósito ou direcção.
Quisera ter força para te gritar aos quatro ventos! A ti, tal como a outros; mais a ti por te ter conhecido!
Zé António, hoje que se completam os primeiros 100 anos do teu nascimento deixo-te aquele abraço e a minha enorme saudade!