DIAS CINZENTOS
Em tarde fria, de chuva e de vento
Com neve à mistura, num céu cinzento,
Fico à janela olhando a rua
Sem vida, sombria, vazia de gente
Nem flores, nem pássaros,
Nem cães vadios
Se vêem nas ruas
Nestes dias frios
Quisera ter o poder
E uma paleta de cores,
E nestes dias mortiços
Lhes mudar os humores.
Pintava a neve a chuva e o vento
De cores garridas, lindas, brilhantes.
As bolas de granizo não as esquecia
E pintava-as d'alegres cores berrantes.