O ANÍBAL
Era para vos contar a cena dum gajo bêbado; mas fica para outra vez. Deixo-vos esta:Eram três horas da manhã e o Aníbal sem aparecer.
Farto de esperar, já tinha bebido mais de meia garrafa de vodka com laranja e sentia-me enjoado daquela mistela, de que aliás nem gostava, e preocupado com a demora, levantei-me do sofá, meio tonto da merda da vodka (por raio fui beber aquilo?), e depois de uma enorme mijadela decidi sair.
Dei uma volta pelas docas, passei pela avenida ali mesmo ao lado, mas do Aníbal nada! Onde diabo se teria metido aquele sacana?!
Eram quase sete horas da manhã quando passei pelas cozinhas dos bares das gajas, onde ele às vezes passava encostadinho às paredes. E Nicles! Niente! Nada!
Somente alguns bêbados sentados nos passeios, outros cambaleando pelas ruas estreitas e outros ainda dentro de carrinhas da bófia.
Também vi algumas putas aos berros umas com as outras, discutindo de quem era a percentagem das garrafas de espumante que o cliente gordo pagara.
Mas do Aníbal, nem rasto nem rosto.
Na porta de um dos bares o polícia de serviço tentava, à custa de uma estranha coreografia feita de saltos e fintas, evitar que um dos bêbados lhe mijasse nas calças da farda. E quanto mais o bêbado insistia, mais o polícia saltava, até que lhe assentou uma lamira que deixou o bêbado sentado, meio no passeio, meio na rua, zonzo da solha e zonzo dos vapores do álcool ingerido.
Tudo isto sem interromper a mijadela que lhe ia ensopando as calças de ganga.
Completamente à nora, de olhos esbugalhados mas sem conseguir ver fosse o que fosse, sorria estupidamente para o polícia.
Valeu-lhe outro bêbado ajudá-lo a levantar-se e amparando-se mutuamente lá caminharam rua abaixo, cambaleando de passeio a passeio, cantando atabalhoadamente uma canção que ninguém percebeu.
E do Aníbal, nem sombras!
Depois de mais umas voltas pelas redondezas regressei a casa, não sem antes passar pela pastelaria para beber uma café, bem forte, que me deu uma volta às tripas e me fez caminhar apertadinho e coberto de suores frios, quase cagando nas calças.
Felizmente que morava perto e apesar de com dificuldade meter a chave na fechadura, lá consegui entrar e aguentar-me até à pia onde o fluxo de trampa saiu abruptamente e em esguicho, salpicando quer a pia propriamente dita, quer as minhas nádegas, em simultâneo com um cheiro nauseabundo que se propagou rapidamente empestando o ambiente, o que obrigou o Aníbal a levantar-se para, de nariz no ar, indagar a ocorrência.
Afinal o gajo tinha passado a noite no andar de baixo, com a cadela da vizinha!
E eu, parvalhão, preocupando pensando que ele se tinha perdido.
Mesmo assim, gosto dele. Sempre é uma companhia…
Farto de esperar, já tinha bebido mais de meia garrafa de vodka com laranja e sentia-me enjoado daquela mistela, de que aliás nem gostava, e preocupado com a demora, levantei-me do sofá, meio tonto da merda da vodka (por raio fui beber aquilo?), e depois de uma enorme mijadela decidi sair.
Dei uma volta pelas docas, passei pela avenida ali mesmo ao lado, mas do Aníbal nada! Onde diabo se teria metido aquele sacana?!
Eram quase sete horas da manhã quando passei pelas cozinhas dos bares das gajas, onde ele às vezes passava encostadinho às paredes. E Nicles! Niente! Nada!
Somente alguns bêbados sentados nos passeios, outros cambaleando pelas ruas estreitas e outros ainda dentro de carrinhas da bófia.
Também vi algumas putas aos berros umas com as outras, discutindo de quem era a percentagem das garrafas de espumante que o cliente gordo pagara.
Mas do Aníbal, nem rasto nem rosto.
Na porta de um dos bares o polícia de serviço tentava, à custa de uma estranha coreografia feita de saltos e fintas, evitar que um dos bêbados lhe mijasse nas calças da farda. E quanto mais o bêbado insistia, mais o polícia saltava, até que lhe assentou uma lamira que deixou o bêbado sentado, meio no passeio, meio na rua, zonzo da solha e zonzo dos vapores do álcool ingerido.
Tudo isto sem interromper a mijadela que lhe ia ensopando as calças de ganga.
Completamente à nora, de olhos esbugalhados mas sem conseguir ver fosse o que fosse, sorria estupidamente para o polícia.
Valeu-lhe outro bêbado ajudá-lo a levantar-se e amparando-se mutuamente lá caminharam rua abaixo, cambaleando de passeio a passeio, cantando atabalhoadamente uma canção que ninguém percebeu.
E do Aníbal, nem sombras!
Depois de mais umas voltas pelas redondezas regressei a casa, não sem antes passar pela pastelaria para beber uma café, bem forte, que me deu uma volta às tripas e me fez caminhar apertadinho e coberto de suores frios, quase cagando nas calças.
Felizmente que morava perto e apesar de com dificuldade meter a chave na fechadura, lá consegui entrar e aguentar-me até à pia onde o fluxo de trampa saiu abruptamente e em esguicho, salpicando quer a pia propriamente dita, quer as minhas nádegas, em simultâneo com um cheiro nauseabundo que se propagou rapidamente empestando o ambiente, o que obrigou o Aníbal a levantar-se para, de nariz no ar, indagar a ocorrência.
Afinal o gajo tinha passado a noite no andar de baixo, com a cadela da vizinha!
E eu, parvalhão, preocupando pensando que ele se tinha perdido.
Mesmo assim, gosto dele. Sempre é uma companhia…
O ANÍBAL A CADELA DA VIZINHA