Quando inicialmente entramos nesta coisa do virtual é como se caíssemos numa festa onde não conhecemos ninguém. Porém, logo depois, é como se todos se conhecessem. Falamos com este e com aquele, ouvimos esta e mais a outra, e passado algum tempo vemo-nos envolvidos com aquela e aquele, falamos do que nos apetece e discordamos do que não concordamos, rimo-nos das parvoíces de alguns, das nossas e das dos outros, e porque todos nos respeitamos as amizades inicialmente virtuais vão-se transformando gradualmente nas reais amizades que nos unem, (quem diria), somente porque existe uma blogosfera que é uma espécie de sala de encontros para desconhecidos.
Havia outra hipótese de tu e eu nos conhecermos? Não sabemos! Mas decerto que perderíamos a hipótese de nos encontrarmos se a tal blogosfera não tivesse surgido e nós não nos tivéssemos interessado por ela. Agora já não há nada a fazer para inverter a situaçõn. E particularizando a nossa situaçõn devo referir que depois do 1º encontro (em Lisboa) e no decorrer dos anos que se passaram (foram 6?, foram 7?) quero dizer-te do muito que te admiro e que o tal respeito é a maior e melhor base para se edificar uma relação amizade, a nossa amizade! Talvez não nos voltemos a encontrar (há quem afirme que é possível contudo eu não embarco numa dessas; todavia e não vá o diabo tecê-las) mas se tal acontecer já sabes que te pespegarei com um monumental XÔXO e + Akele abraço pah!
§-este ano trocaste-me as voltas: desta vez em que eu estava preparado (contra o que é habitual) para te dar os parabéns na data exacta de completares mais um aniversário, partiste. Estou magoado meu amigo, e não é porque as velas do bolo continuam acesas. Estou magoado porque... olha, porque sinto a falta física de um amigo que não devia ter partido de Ermesinde com bilhete só de ida.
A história é antiga e contada vezes sem conta. Os personagens são demais conhecidos: o Adão, a Eva, a cobra e deus, muito embora este último só se tenha revelado no fim e (note-se) após consumado o acto. (ou será que esteve espreitando, tipo voyeur?). E precisamente porque o acto se consumou o casal foi expulso do paraíso; não consta que a maior culpada, a cobra, tenha sido igualmente expulsa. Manhosa, deixou-se ficar enroscada na macieira e é mais que certo ainda lá estar, ela ou uma familiar directa ouprima por afinidade. É por isso que, sempre que alguém me oferece uma maçã, eu olho em redor antes de a trincar não vá surgir algum deus para me atazanar expulsando-me do galinheiro que, não sendo um paraíso, sempre é melhor do que ficar na rua. Não é que eu acredite mas como dizem que deus está em todo o lado... mais vale prevenir, né?
Tal como no caso dos chapéus, culpados há muitos mas tudo depende da culpa, de quem é o culpado e do que é que é culpado.
Hoje, 17.Julho, ouvi/li que o governo já indemenizou as famílias dos que morreram devido à derrocada da estrada entre pedreiras, em Borba. A mesma notícia revela que os responsáveis (se apurada a culpa no caso de serem encontrados na sequência da investigação que continua a decorrer), serão obrigados a devolver ao governo (ou estado? é tudo o mesmo ou...?) os valores agora pagos.
Então e não é que logo pensei em gestores bancários? Será que também eles serão obrigados a devolver ao governo/estado os valores pagos para manterem os seus bancos a funcionar (mal) em virtude das suas péssimas gestões e, por isso, em risco de falência?
E os super-visores bancários? Estes coitados assoberbados com a correspondência será que podem pedir reembolso pelos gastos em selos e sobrescritos? Ou deveriam devolver na totalidade as remunerações que usufruiram, por não terem feito o que tinham obrigação de fazer?
Já os políticos (sempre culpados, evidentemente) terão algumas atenuantes devido à conjuntura que sempre (ou quase sempre, o que vai dar no mesmo), acontece e os impede de cumprirem o que prometem. Mas há uma coisa que nunca sabemos: é aquela coisa das moradas falsas; quando são descobertas será que eles/elas devolvem os valores recebidos ou, à boa maneira portuguesa, fica tudo em águas de bacalhau?
Nestes casos os presidentes da Assembleia não tem nada a dizer?, não tem nenhuma forma de agir? Mas o dinheirinho não é o deles porque haveriam de se preocupar...
Tal como no caso dos chapéus, culpados há muitos porém e sem surpresa, há culpados que são mais culpados que outros.
Depois de ler esta notícia era inevitável que eu a empoleirasse neste blog tipo capoeira cujo proprietário é precisamente um galináceo, facto sobejamente conhecido por quem aqui passa.
Quando por razões diversas assisto a emissões televisivas aprendo fases e ideias que jamais pensaria ouvir de profissionais da palavra, isto é, dos locutores/jornalistas que entram casa adentro para contarem o que se passa pelas redondezas, ou seja, desde a minha rua até ao fim do mundo. (só deste mundo; não venham cá com outras ideias...)
Eis as pérolas algumas das quais ditas pelos mais conceituados da nossa praça (e que as repetem actual e constantamente); quem estiver atento decerto que as ouvirá.
- ... é algokadóro (em vez de: que adoro).
-... ukékagoravão fazer? (em vez de: o que é que agora).
-... é algo quenakérkakábe (em vez de: não quer que acabe).
-... fazerkonkája... (em vez de: fazer com que haja).
-... que segredostarãoainda por descobrir (em vez de: que segredos estarão ainda...).
-... estou aqui neste lugar onde me encontro... (onde senão aí mesmo?).
-... matou ao todo pelo menos 12 pessoas (era suposto matar mais? menos?).
-... sempre constantemente... (ou: de vez enquanto, alternadamente?).
-... agora neste momento... (ontem? amanhã? ou talvez depois?).
-... assegurar a segurança. (em alternativa a ???).
-... está aqui um barulho muito ruidoso... (o contrário de um silêncio que não se ouve?).
-... Santa Maria, a ilha mais velha dos Açores. (ao invés da azinheira que não sabia a idade?).
Sei que noutros tempos os jornalistas escreviam os textos das notícias que depois liam frente às câmaras. Hoje (há quem diga: hoje em dia) são outros que escrevem e os ditos "pivots" são uma espécie de papagaios, ignorando previamente o que vão transmitir frente às câmaras. Isso explica os erros de linguagem que cometem mas não os justifica porque eles são (ou deveriam ser) profissionais da palavra e não meros (já o disse) papagaios.
(*)como já estou farto de ouvirsublinhados ditos correctos para supostamente não ferirem susceptibilidades de géneros este título é global/genérico. Quem não gostar assim peça outra coisa; um peito de frango grelhado ou uma salada com tofu, por exemplo.