De repente uma indignação devido à exposição de um cartaz onde um Jesus Cristo imaginário (porque na verdade ninguém sabe como era, e que segundo estudos o mostram com ar menos sedutor e de traços algo boçais). Este assunto é mesmo assunto para ser tratado em primeiras páginas de jornais e telejornais? Justifica declarações de políticos enxofrados como se lhes tivessem ido aos pergaminhos da família? Não têm mesmo mais nada com que se preocuparem? Não terão mais onde aplicarem as suas indignações? Se não tiverem resta-me uma enorme vontade de rir (porque me recuso chorar perante eles e os seus cinísmos).
De fato preto completo, calça, casaco e colete, gravata igualmente preta e camisa branca, alva de neve, é como sempre me apresento na casa de quem me chama para me encarregar do funeral do ente querido da família, chorosa pela perda desse familiar acabado de se finar. Não sou dado a constrangimentos nem é minha função agir com choraminguísses, mas a tal não me recuso se considerar que algumas lágrimas por mim vertidas podem significar uma percentagem adicional no preço a cobrar que proporcione um razoável lucro extra. Depois das formalidades, dos cumprimentos e pêsames da praxe, olho atentamente para a cama onde deitado permanece o defunto e, avaliando o aspecto do móvel, da colcha e dos restantes “panos”, dou um aceno de cabeça sugerindo (a quem vai ter que aceitar as condições), que me acompanhe a outra divisão da casa. Por experiência sei que com um homem é mais fácil de negociar pois quase sempre aceitam (e pagam sem protestar), o que lhes proponho; mas desta vez foi uma trintona, neta do falecido, que me acompanhou até à sala. Habituado que estou na avaliação de corpos (mortos) apercebo-me de imediato, enquanto a sigo pelo estreito corredor, que a neta do falecido é bem boa e merecedora de um bom “enterro”, com direito a “requiem”, missa cantada e tudo e tudo e tudo! (capaz até de ressuscitar um morto...) Desta vez, porém, a coisa não correu da melhor maneira: -caixão de luxo, almofadado e com entalhes e relevos exteriores? -Não! -coroas de flores (a florista sempre me dá uma comissãozita)? -Não! -velório noturno na funerária com catering para familiares e amigos? -Não! -padre (que partilha um aconchegozito monetário) para acompanhar o “querido avôzinho” à última morada... -Não! -Mas minha Senhora... -Nada disso é preciso; o meu avô vai ser cremado como era a sua vontade, e por isso não são necessários todos esses enfeites que de resto ele nem tem possibilidades de apreciar. Além disso ele detestava padres e gatos pingados. -Oh minha Senh... -Não entenda isso como um caso pessoal; só lhe estou a referir para reforçar que dispensamos todos os “ornamentos” que são usuais nestas situações porque o meu avô sempre criticou esse tipo de, como ele dizia, fantochadas. Já se passaram dois anos. Este foi o último funeral que fiz e que rendeu pouquíssimo conforme se deduz. Estou muito preocupado! A crise é tão, mas tão grande, que os familiares dos possíveis defuntos os alimentam, levam-nos ao médico e dão-lhe remédios e mézinhas para que não morram, poupando assim o custo de um funeral. A continuar esta situação em que não morre ninguém, não me restará outra solução senão começar a matar potenciais clientes para garantia da minha subsistência, caso contrário ainda morro eu!!
O Sol, o Mar, eu e uma gaivota na Baía de Cascais nesta tarde de Fevereiro. Com frio sim mas sem chuva. (a bandasonora não deve ser tida em conta; resulta da minha inabilidade nestas andanças).
Aqui acima o filme, 1ª versão de 1968 (século XX) e abaixo um exemplar do livro de ficção cientifica, de 1963, e que deu origem aos filmes entretanto feitos; (acho que já lá vão uns 5). Ali ainda mais abaixo início da escavaçõn da expediçõn para encontrarem e extrairem macacos fossilizados...
Ok, é uma chinesice mas existe e segundo o horóscopo chinês começa hoje, o ANO DO MACACO
ilustração copiada de: aumagic.blogspot.com
(nome Chinês: Hóu, de 08/02/2016 a 27/01/2017) Data de nascimento Signo e Elemento, Início e Fim Macaco de Água......: de 06/02/1932 a 25/01/1933 Macaco de Madeira: de 25/01/1944 a 12/02/1945 Macaco de Fogo.......: de 12/02/1956 a 30/01/1957 Macaco de Terra.....: de 30/01/1968 a 16/02/1969 Macaco de Metal.....: de 16/02/1980 a 04/02/1981 Macaco de Água.......: de 04/02/1992 a 22/01/1993 Macaco de Madeira: de 22/01/2004 a 08/02/2005 Macaco de Fogo.......: de 08/02/2016 a 27/01/2017
Dizem os livros que este é o ano do Macaco Fogo. E o que é isso? Não faço ideia mas há sempre a possibilidade de googlar a coisa, especialmente a macacada que, como é sabido, disputa com os gatos a primasia da curiosidade.
Chegou como quem não quer a coisa e instalou-se neste último dia de Janeiro, sem chuva mas trazendo algum Sol e também um pouco (pouco mas MUITO) frio. Espero que Fevereiro compense distribuindo um tempo mais ameno pelos seus 29 dias.