Embora o suspeite, não tenho a certeza a que efectivamente se referem o Sr. Coelho e apaniguados quando se referem a uma saída limpa.
E garanto que tendo pensado afincadamente no assunto, diga-se que sem sucesso, eis que de súbito olho para o porco-mealheiro e vendo-o de traseiro para mim virado me ocorre:
Será esta a tão falada, discutida e procurada saída limpa?
Este livro (edição de bolso) que tive a sorte de comprar, e que já li mais do que uma vez, é um bastante explícito relato de como aconteceu o que aconteceu até àquele dia de Abril de 1974.
É, na minha opinião, um excelente documento que merece uma nova edição para contar aos mais novos (e não só) como foram aqueles últimos 229 dias (e noites).
Quarenta anos depois e apesar dos cravos renovados a cada Primavera, o 25 de Abril vai perdendo forma e cor e, sobretudo, o perfume da sociedade sonhada por todos os que se puseram ao caminho para acabar com um regime obsoleto que caminhava teimosa e orgulhosamente só, para o fim. Um triste fim!
Garantido que foi o fim da ditadura Salazar/Caetano, os militares voltaram aos quartéis deixando à sociedade civil a gestão da democracia, objectivo primeiro da revolução.
Muitas foram as ideias e os caminhos para aqui chegar; alguns difíceis e complicados e outros nem tanto. Mas chegámos acreditando sempre que "àmanhã" estaremos melhor!
Apesar de tudo estamos, se compararmos a situação que se vivia até 1974.
Poderíamos estar ainda melhor? Seguramente que sim! E mais ainda se os governos entretanto eleitos tivessem governado o País de um modo mais justo. São porém injustos os que, por conveniência, por ignorância ou simplesmente por estupidez, se declaram contra o 25 de Abril, sem qualquer respeito por todos aqueles que agora lhes permitem expressar-se livre e publicamente.
Porque os que fizeram o 25 de Abril não são os culpados da situação em que nos encontramos. Pelo contrario, são os que se recusama ouvi-los e que numa situação de stressos proibem de se expressarem na casa que -nas palavras da sua Presidente- é a casa do povo: a Assembleia da República.
Hoje(*) fui às compras que é como quem diz fui ajudar a carregar com os sacos das ditas
pois como já o disse por variadas vezes: não gosto nada mas mesmo nada de "andar às compras".
Antes porém fui a uma caixa do multibanco e é aqui que acontece o motivo deste meu post (continuo a não gostar deste termo): uma senhora baixinha e vestida de preto -viúva à cerca de dois anos, segundo me disse- entregou-me um cartão da CGD pedindo-me o favor de lhe ver o saldo da conta, ao mesmo tempo que se desculpava pelo incómodo. Sem incómodo lá fiz o que me pediu e confirmei-lhe que o saldo era de 3,75€. Agradeceu-me e recebendo de volta o cartão disse-me:
-Hoje ainda posso comprar o pão.
Por momentos fiquei sem saber o que dizer. Depois e antes que ela se afastasse disse-lhe que lhe compraria o pão e algo mais que ela precisasse. Agradeceu-me mas não aceitou.
-Porque amanhã já "vem" a reforma e depois...
Senti-lhe a vergonha e por respeito não insisti.
Devia tê-lo feito? Admito que seria a atitude mais correcta.
Mas não o fiz porque a dignidade de cada um não deve ser violada.
Encontrei-a mais tarde à saída do minimercado (o dos preços mínimos que ainda aceita pagamentos de valores mínimos com cartão porque os ATM's só "dão" notas) com um saco de papel na mão, daqueles com 4 pãezinhos.
Sorri-lhe mas ela desviou o olhar numa púdica atitude de embaraço porque eu sabia!
Recordo-me da ideia expressa pelo deputado do PSD:
-as pessoas estão piores mas o país está melhor!
Deduzo que para ele (para eles) o país não é formado por pessoas, somente por montes, vales, rios e planícies. E auto-estradas, evidentemente!
(*) não é ficção; aconteceu esta semana, na manhã do dia 9.
Para ti que andas distante enredada em afazeres deixo-te mais este video que ocupando-te menos de dois minutos talvez te deixem um sorriso no lábios e "na alma" também!
Eram para aí quase as 2 e 1/4 da tarde quando comprei o bilhete -9€uricos- e entrei sabendo que iria ver a exposição de carros antigos, alguns já vistos em anos anteriores (ainda assim revistos com prazer), e outros constituindo umas autenticas novidades. Este ôvo-bmw seria o mais pequeno da mostra mas nem por isso deixava de chamar a atenção dos visitantes. E entre os mais variados modelos da muitas marcas, tinha mesmo de mostrar uma fila de UMM's que na década de 80 e 90 foram os reis do todo o terreno em Portugal (e lá fora também, mesmo que esporaticamente). Eles até foram ao Paris/Dakar...