Para uma amiga especial, um bolo especial. Um bolo com duas inovaçõns:
Um bolo que nunca foi feito antes e um bolo que nunca foi comido.
Gostaria de te oferecer outra coisa com maior impacto.
-um Portugal nem Sócrates, nem Coelhos...
-uma quinta em Colares,
-ou mesmo uma cesta de coisas boas e sem crises.
Mas, reconhecendo que a minha amizade é grande, reconheço igualmente que as minhas capacidades não chegam sequer para confecionar um pastol de neta, aliás, um pistol de nota... (aí a porra) um pastel de nata.
Lembro-me da minha avó dizer que houve um tempo em que o comércio a retalho vendia tudo o que precisávamos; lixívias e sabões, carrinhos de linha para costurar e tecidos a metro, massas, farinhas e arrozes, cigarros à unidade, vinho a copo, azeite aos quartilhos e postas de bacalhau demolhado, sem esquecer os rebuçados com os “bonecos da bola”.
Foi um tempo em que era “tudo barato” porque tudo era pouco!
Depois chegaram as grandes marcas internacionais permitindo comprar um par de sapatos de fabrico italiano ou um vestido YSL original sem sair de Portugal porque os comerciantes e afins se apressaram a representarem as marcas da moda…
Em simultâneo veio a contrafacção das tais afamadas marcas, vendidas por feirantes em tudo o que eram feiras e mercados e cujo negócio afectou o comércio tradicional.
Porque nada é definitivo, os feirantes começaram a perder clientela a favor dos ciganos os quais vendiam “tudo ao molho” e mais barato.
Estes, os ciganos, começaram a sofrer uma forte quebra com a chegada dos chineses que viram Portugal (e não só) como um óptimo local para expansão do seu comércio.
Só faltava mesmo era ouvirem-se os chineses a queixarem-se porque as vendas cada vez estão mais fracas e os cliente cada vez são menos, por culpa das lojas chinesas que cada vez são mais e que deixam os negociantes de olhos em bico!!!
Será surpresa se voltarmos a comprar cigarros à unidade, azeite aos quartilhos ou bacalhau à posta??
Nunca me passaria pela cabeça que chegasse o dia em que necessitaríamos de importaçõns deste "material". Será que andamos mesmo a consumir para além da produçõn nacional?