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Encostados ao balcão da tasca (das poucas tascas que ainda sobrevivem) dois gajos opinavam sobre a possível alteração dos feriados.
-…é como te digo, pá! Os gajos agora querem mudar os feriados.
-mudar os feriados? E podem fazer isso?
-pois pelos vistos podem!
-bem a mim calhava-me bem que o 15 de Agosto fosse em Setembro.
-??
-“atão”, Setembro não tem feriado nenhum…
-e depois o Agosto ficava sem feriado.
-mudava-se o 1º de Maio para Agosto, pá.
-pois; e o 1º de Janeiro?
-passava para o mês de Julho. Já pensaste fazer a passagem de ano durante as férias?
-achas?
-e não era porreiro? Anh? Os dias até são maiores….
-nesse caso o domingo de Páscoa passava para uma 2ª feira.
-e a 6ª feira santa?
-mudava para a 5ª feira da espiga.
-mas a 5ªfeira da espiga não é feriado.
-passava a ser...
-já agora o Natal bem podia ser em Junho a seguir às marchas…
-a 3ª feira de carnaval passava a ser em Novembro logo a seguir ao S.Martinho…
-e o 10 de Junho podia ser em Março?
-pois podia e juntava-se com o 1º de Dezembro.
-e´pá, mas isso é a comemoração de termos corrido com os espanhóis,,,!
-é!
-e muda-se?
-é pá, para correr com os espanhóis qualquer dia serve!
--“atão” e o 5 de Outubro?
-mudava-se para o dia 29 de Fevereiro.
-e só valia de 4 em 4 anos?
-à pois é! “atão”… passava para 1 de Março nos outros anos…
-já agora o 1 de Novembro podia passar para o 25 de Abril.
-e o 8 de Dezembro trocava com o “Corpo de Deus”. Ficava tudo em família…
-e os feriados municipais? Ficam na mesma?
-esses é melhor ficarem. Assim como assim com as bebedeiras nas vésperas quem é que tem condições para trabalhar nesses dias?
-não és nada parvo! Quero dizer, não és muito…
-e o 25 de Abril passava para o mês de Dezembro?
-ou Janeiro!
-Só falta uma coisa: é inventar um feriado fixo às 6ªs feiras.
-todas?
-TODAS!, assim os deputados já não têm que arranjar desculpas para faltaram ao parlamento.
-tu és parvo mas não muito…!
-eheheheh…
-ò “ti Tonho” são mais dois tintos, que já temos as gargantas secas de tanto pensar…
Norberto de Araújo, Grande Marcha de 1950, interpretada por Amália Rodrigues
Registos há de pequenos grupos que se deslocavam com archotes, cantando em competição – as marchas ao filambó, uma adaptação das francesas marches au flambeaux. Mas foi em 1932 que, com o objectivo de revitalizar o Parque Mayer, alguns núcleos bairristas desfilaram no Capitólio a convite de Leitão de Barros. Alto do Pina, Bairro Alto e Campo de Ourique foram os ranchos (como se chamavam na altura) participantes, ainda sem o tom alfacinha como tema central, mas já em formato de competição. Campo de Ourique, com os seus trajes minhotos, foi o vencedor da primeira edição.
Leitão de Barros, fazendo uso do seu prestígio na cidade e no Diário de Lisboa, percorreu as colectividades para que cada uma mostrasse o que tinha de particular, com o objectivo de dar um cunho lisboeta às marchas, chamando mais público. Em 1934, 300 mil pessoas assistiram ao desfile de 12 bairros e 800 marchantes, desde o Terreiro do Paço até ao Parque Eduardo VII.
No ano seguinte, foi a primeira vez que todas as marchas cantaram uma composição comum – a Grande Marcha de Lisboa Lá vai Lisboa, de Raúl Ferrão e Norberto de Araújo:
Também neste ano foram instituídas regras: fixou-se o número de marchantes, de músicos e de acompanhantes.
Ao êxito de 1935, e em grande parte devido ao conflito internacional em que se vivia, seguiu-se um longo interregno, com excepção para os anos de 1940, com a celebração dos Centenários da Independência e da República, e de 1947, data do 8.º Centenário da Conquista aos Mouros.
Nos anos 50, as marchas adquirem um enorme prestígio, tendo sido assistidas pelos mais altos dirigentes do Estado e apadrinhadas por vedetas da rádio e do teatro. Em 1952, a novidade é a deslocação do desfile para o percurso que conhecemos hoje, do Marquês de Pombal aos Restauradores.
Depois de mais um período instável, a partir de 1963, e até 1970, o desfile ocorreu sem interrupções, sendo nesse ano que a televisão se torna um espectador assíduo, primeiro a preto-e-branco e mais tarde, com cor, revelando toda a essência e esplendor das Marchas.
Na década de 60 começam as exibições em recinto fechado, no Pavilhão dos Desportos, no Parque Eduardo VII. Nessa altura registou-se um dos percursos mais longos – do Parque ao Terreiro do Paço, com passagem pelas Avenidas Sidónio Pais e Fontes Pereira de Melo. Em 65, aparecem os carros alegóricos e, em 69, as mascotes – crianças que acompanham a marcha vestidas a rigor. No início dos anos 70, assiste-se ao progressivo declínio das Marchas que chegaram mesmo a extinguir-se depois da Revolução de Abril, por estarem associadas ao Estado Novo. Só em 1980 regressam à Avenida, mantendo um ritmo anual até hoje.
ilustração do jornal OLÉ/Argentina
Finalmente Cristiano Ronaldo! Até parecia enguiço. Porque todos marcavam, o Tiago por duas vezes uma das quais com uma assistência de Ronaldo e ainda o Liedson que mal entrou pumba! Isto sem contar com outra bola no poste. Foi demais!
Acreditando nas suas próprias palavras, agora que já tirou a tampa não faltará Ketchup...
Se isso for verdade na 6ª feira os brasileiros ficarão todos lambuzados! Tomara...
Já lá não ia há bastante tempo. Num destes sábados decidi-me e fui visitá-la uma vez mais. Não por ser um comprador (nem tão pouco vendedor), mas porque gosto de ver aquele ambiente onde tudo se vende e tudo se compra, desde livros avulsos e em colecções variadas, de quinquilharias diversas a velhos instrumentos musicais, de discos de vinil mil vezes tocados a conjuntos de loiça “desirmanados”.
Tudo à venda mas poucas são as compras.
Vi daqueles curiosos que perguntam timidamente os preços após o que seguem caminho sorrateiramente como que envergonhados por nada comprarem; vi os “conhecedores da coisa” que acham sempre o preço exagerado dada a “qualidade” do objecto; os habituais que todos os sábado lá estão procurando novidades ou alguma peça que ainda lhes falte naquela colecção que há anos vêm fazendo; também os viciados que por lá passam às terças e sábados e que nunca compram nada; e eu e outros como eu que só lá vão passear. Também vi uma velha vendendo rendas de linha para ajudar a pagar a renda da casa e vi um velho a vender uns cobres numa tentativa de arranjar umas massas.
Desta vez comprei um livro do Boris Vian que “perseguia” há tempos.
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