Estava eu trabalhando afincadamente quando, de súbito, fui chamado ao ga-binete do patrão e com a máxima urgência.
Mau, mau, pensei de imediato; que diabo será que aconteceu?! Lá vem “cas-tanha” pelas costas abaixo… e logo as minhas!
Sem grandes pressas, (não “convém” irmos logo a correr ao chamamento do “dono”), levantei-me e dirigi-me ao elevador subindo até ao quarto piso on-de o “boss” tinha o gabinete; a secretária, uma morena alta, bonita e BOA fez-me sinal para entrar, sem bater (?). Estranhei a deferência para quem iria levar uma rabecada, pensei; mas enfim, lá entrei.
Encontrei-o de semblante sério mas afável, sentado à enorme secretária, igualmente de boa madeira.
Por cima dos “meios-óculos” de lentes claras e em forma de meia-lua que lhe assentavam quase na ponta do nariz, fez-me sinal com um olhar amisto-so, diria mesmo simpático, para que me sentasse.
Eu estava completamente “à nora”!, confesso que fatalmente surpreendido e não conseguia atinar com um simples pensamento lógico; a única coisa que me ocorreu foi mostrar o mais parvo, mais idiota, mais imbecil arremedo de sorriso que em toda a minha vida fora capaz de fazer.
-Senhor José mandei-o chamar, aliás, pedi-lhe para que viesse até aqui com o objectivo de lhe agradecer pessoalmente pela sua dedicação, o seu inexedí-vel empenhamento e extraordinária colaboração de que tem vindo a dar mos-tras durante todos estes anos em que o Sr. permanece ao serviço da nossa fir-ma, a qual sem quaisquer espécies de dúvidas tem progredido graças ao seu nunca regateado esforço. Muito obrigado !!!
Aqui chegados, eu tenho a impressão de que o meu sorriso inicial já se tinha espalhado por todo o meu corpo e alí estava eu, completamente embasbaca-do e enterrado (ou aterrado?), no enorme sofá que parecia querer engolir-me. De tal modo que, tenho a certeza, se me tivessem aplicado uma forte biqueirada nos tomates eu continuaria parva e idiotamente a sorrir, todo babado para aquele senhor todo “bem posto” que comigo falava.
-Ora bem, (continuava ele, todo mesuras), como não queremos deixar de lhe demonstrar o nosso apreço, o meu pessoal e o da direcção da empresa, deci-dimos que de imediato lhe vamos triplicar o vencimento, porém consideran-do rectro-activos desde janeiro último e…
CATRAPUM !!!!
Foi tamanho o berro que eu dei que toda a gente se levantou em alvoroço, acendendo todas as luzes e gritando por socorro, enquanto eu continuava de olhos esbugalhados e estatelado no tapete, no mesmíssimo local onde caira ao tombar da cama.
Completamente taralhouco, via sem ver todos debruçados sobre mim, com excepção da gata que após trepar pelas paredes se mantinha em cima do roupeiro, de pelos eriçados e bufando assustadoramente, preparada para saltar sobre mim caso manifestasse o mínimo ensejo de movimento.
-Oh Zé, o que foi ??, perguntava uma;
-Oh pai, o que é que tens ?? diziam outras.
Eu sabia lá responder; acabara de apanhar um dos maiores cagaços de toda a minha vida. Sim, porque é evidente que “aquilo” fora um enorme pesadelo, daqueles de deixar os pulmões à míngua, todos encarquilhados!
Não me lembro de mais nada daquela fatídica noite; não sei se voltei a dormir, se fiquei no tapete ou se me puseram na cama, se apagaram as luzes ou se houve arraial. Nada, nem a mais leve recordação!
A única alteração que noto é que desde então a gata me olha com desconfiança e sistematicamente procura encostar-se o mais que pode às paredes ou aos móveis “rosnando e bufando”, de cada vez que tem que se cruzar comigo.
Não sei se foi devido ao bacalhau, se aos fritos, se a uma referência à Missa do Galo, ou mesmo à lembrança de quem ameaça comer-me de cabidela, o que é verdade é que na noite de Natal tive um pesadelo do caraças, do catano, do caneco.
Este......>E acreditem que ainda não estou completamente recuperado. Chiça!!!!
Recebi-as! Algumas foram uma surpresa e outras nem tanto. Como diversas vezes declarei que não queria nem peúgas, nem lenços, nem slips, foi surpreendido com uma catrefada destes produtos manufacturados, de cores diversificadas; sem surpresa recebi alguns livros, umas (2, uma miséria) garrafitas de whisky, 3 garrafitas de tinto e outras tantas de branco, e assim mais umas coisitas…
Mas tive uma prenda especial do meu amigo Rui. Tem 10 anos e preocupa-se em ensinar-me coisas importantes e actuais tal como os jogos da Play station, quais são os melhores ténis, fazer bem a reciclagem, etc., etc. Pois o meu amigo Rui ofereceu-me um livro de BD-Lucky Luke: O Homem de Washington! Dizendo-me num cartãozinho: para te divertires porque tu ris muito!
Sempre ajuda, pois o sacana do Pai Natal mais uma vez não me trouxe o tal Ferrari que ando a pedir à bué d’anos!
Na quietude da noite fria onde nem o silêncio se fazia ouvir, estavam num palheiro o menino em manjedoira deitado, a mãe sobre ele debruçada e junto da porta encostado à sua ombreira estava o carpinteiro.
Um pouco afastados estavam uma vaca ensonada e um burro meio desperto.
Reinava o tal silêncio.
De súbito soa um subtil arrastar de patas e eis que se ouve a vaca dizer:
-Oh múúúúúnha senhora! o burro ‘tá-me a dar empurrões…
A noite até nem estava muito fria e lá ao fundo do palheiro o ambiente até nem era mau; perto da entrada sempre corria uma aragem mas como as vestes da senhora e do carpinteiro os protegiam, não deixavam que os corpos arrefecessem.
Mas lá atrás não. Dir-se-ia até estar com uma temperatura agradável onde numa semi-obscuridade o burro e a vaca se mantinham num silêncio cúmplice para não perturbarem o acontecimento.
Alheado a tudo isto estava o menino que chorava a bom chorar pois não bastando ter os pés gelados nunca mais via chegada a hora da mamada. Ainda por cima (aliás, por baixo) deixou-se mijar e na falta de um pouco de laurodeme, sentia as nalgas “assadas”.
E dizia a vaca:
-Coitada da criança, até tenho vontade de lhe ir dar um pouco de conforto, leite e calor.
E dizia o burro:
-Não te metas nisso c’a gente só fomos contratados como figurantes.
Como todos sabem estamos em tempo de crise. Eu sei que nem todos estão, mas eu estou incluido nos que sim. Por isso não tendo possibilidade de presentear todos os amigos conforme é meu desejo, deixo-vos aqui um "vaucher" (é um vale, mas em estrangeiro parece melhor), que pode ser rebatível em qualquer loja de chineses!
繁體中文版
名字
年龄
橄榄球俱乐部风扇?
50€证件对任何KOK'的; S伙伴
Sabendo que os chineses vendem de tudo, nenhum de vós terá dificuldade em satisfazer o respectivo desejo.
Há todavia uma coisa que eles (ainda) não vendem: OSSOS! Por isso a excepção vai para :