Sem culpas e sem nada ter feito para isso, fiquei sem PC!
Sem pc, sem frigorifico, sem tv, sem radio...
E porquê? Porque devido a avarias diversas e extensas toda a zona ficou às escuras!
Felizmente que nem tudo o que tenho trabalha por energia electrica, senão...!
Mas a porra foi que as falhas intermitentes de electricidade me rebentaram com o sistema e fui obrigado a pagar uma nova fonte de alimentação.
Acham bem? Nem eu!
Ainda me meti a desmontar o engenho, mas qual quê...! Chamei um técnico: (este gajo) que veio cá a casa, depois de muita insistência e passados mais de dez dias e por fim lá me safou! Mas a conta, ui..., ui!
Nem sei bem como foi mas o que é certo é que saí de casa a correr, atravessei a rua sem olhar e katrapum, ficou tudo escuro para mim! Numa palavra, fui atropelado e morri!! Logo, logo, ali! Não houve vizinha que me avisasse; Não houve guincho de travões que me alertasse; Não houve, nada, enfim, que me parasse antes de levar aquele porradão que me apagou a centralina. Morri e pronto! Acabei prostrado, meio na rua, meio no passeio! Estranhamente, não senti nada. Nem dor! Nem medo! Nem … nada, absolutamente nada! E pensei (penso eu), então isto não dói? Que raio de morte a minha que nem me doeu…! É verdade que tinha um “galo” na mona, mesmo por cima do olho esquerdo, mas isso…vais perder tempo com isso? Caga no assunto, pah! De súbito, apercebi-me que o meu corpo estava rodeado de gente e o meu vizinho Mário (por razões que só ele saberá), abanava-me insistentemente ao mesmo tempo que me gritava aos ouvidos: oh vizinho, oh vizinho…, tá-me a óvir? Que raio de porra! Eu não ouvia a ponta de um corno… Eis senão quando chegam uns gajos vestidos de branco, gritam e correm com toda a gente, (inclusive com o Mário abanador), viram-me de “papo pó ar” e começam a dar-me uns tabefes e uns murros no peito ao mesmo tempo que diziam: -Eh pá, este já foi… Ora eu que ainda estava ali, deitado no empedrado e sem responder a todas aqueles agressões, pensei: -Já fui? Hum! Devem estar a falar de outra pessoa…, se calhar do gajo que me atropelou! Um dos gajos de branco foi ao carro buscar umas bolachas metálicas e tungas, acertou-me com elas na peitaça. Não sei o que ele estava esperando, mas o que é certo que não lhe deve ter saído o que ele queria, pois teimou e teimou e teimou enquanto eu dava saltos que nem uma corça. Oh que caraças! Eu ali deitado e os gajos sem me darem descanso. Sinceramente! Finalmente apareceram os bombeiros, (ainda bem porque o meu vizinho da frente é bombeiro e sempre é um conhecimento que não se deve desprezar, numa altura destas); Olharam-se todos fixamente, os de bata branca mais os bombeiros mais toda a vizinhança e encolhendo os ombros, uns baldaram-se, os vizinhos desabulharam e os bombeiros agarraram em mim, puseram-me numa maca velha a cheirar a mofo (como é que eu cheirei a porra da maca se já estava morto?), e levaram-me para a morgue do hospital onde me “engavetaram”. Foda-se! As gavetas da morgue são frias, porra. Mas frias mesmo! Eu sei que não devia dizer estas coisas, mas de facto, estava lá um fio do car…(ai) do caraças… Comecei logo a gelar! Deixei de sentir os dedos dos pés e os pés; os “tomates” nem se fala; e a bochechas do cu pareciam pedras de granito, tão rijas estavam. Passei lá uma noite inteirinha. De manhã puxaram-me para fora e um gajo de óculos a tresandar a tabaco olhou para mim, espetou-me uma faca nos peitos e vá de me abrir até ao umbigo. Entretanto outro diz-lhe: oh pá o gajo patinou ca pancada na mona; deixa lá as vísceras… Foi aqui que percebi que estavam a fazer-me a autópsia. Mas eu estava cansado por uma noite sem dormir e acabei por adormecer… Já não ouvi mais nada. Até que… Até que acordei com um intenso cheiro a cera misturado com odores de flores várias! A cama onde estava deito, até que não era desconfortável, mas todos aqueles cheiros misturados… deixaram-me enjoado! Sinceramente não gostei. Mas como não era eu a pagar…, que seguisse a festa. À minha volta umas quantas cadeiras ocupadas por gente que eu mal conhecia de ver a palminhar lá no bairro. O meu vizinho Mário mais uns quantos outros, estavam à porta e fumarem e a rirem-se das anedotas que contavam uns aos outros; Uma velha de quem eu nunca gostei resmungava para quem quisesse ouvir que eu era um antipático, que só falava a quem queria (ora bem), e que nunca lhe tinha pago um cafezito, sequer! O gosma, um bêbado lá do bairro que estava sempre à espreita de alguém que lhe pagasse qualquer coisa, estava encostado à minha cama (pudera, se não se encostasse, caia), e balbuciava palavras sem nexo. De súbito o vizinho Mário disse: é meia-noite, pessoal! Levantaram-se todos e saíram de mansinho. As luzes apagaram-se e ali fiquei eu, só e abandonado. Sem nada que fazer, adormeci profundamente! Já ia alto o sol quando acordei aos solavancos, transportado por uns tipos que eu nunca tinha visto, todos vestidos de negro (não sei porquê lembrei-me do w.smith), que depositaram a minha camita no chão ao mesmo tempo que um padreco falava de coisa e loisas lá da vida dele e que supostamente teriam que ver com a minha. Acabado o discurso meteram-me numa cave, (sem arejamento nem luz directa), e taparam-na aparentemente para que não houvessem dúvidas de que eu iria ali ficar. Por cima puseram as flores e debandaram, cada um à sua vida. E pronto; lá fiquei eu que é onde ainda estou à mais de quatro anos. Devo dizer que a memória já me prega partidas; já não me lembro bem qual foi a ultima vez que fui à bola, nem quem ganhou o último campeonato; Não me lembro, também do nome a minha vizinha que de vez em quando ia lá a casa, à noite, para desabafar comigo das coisas que o marido lhe fazia; mas lembro-me que ela só lá ia quando o marido (que era embarcadiço num navio de cruzeiros) estava fora. Eu sei perfeitamente que morri, mas estou muito melhor! Já não fumo nem bebo, (colesterol nem pensar) e estou muito mais magro. Afinal isto de um gajo morrer não é assim tão mau. eheheheh!!!
Ando completamente à nora! Saí da “toca” de manhã bem cedo ainda as gotas de orvalho brilhavam poisadas nas folhinhas dos grãozeiros. Isto deve ser uma pancada minha, mas gosto de ver esta imagem todas as manhãs; vá lá saber-se porquê… Bem, mas dizia eu que saí da “toca” bem cedo e vagueei pelos campos dos arredores sem um destino ou um propósito definido; fui andando, simplesmente. A dada altura, numa volta da vereda encontrei a Aida que, caminhando vagarosamente ia olhando com toda a atenção para as flores e arbusto à sua volta; toda bem disposta e logo que me viu disse-me sorridente: Olá! Ora eu, que me derreto todo por coisas destas respondi-lhe de imediato: quero pois! Olhou-me, meio desconfiada meio atónita, e sem dizer palavra virou-me as costas abandonando-me à minha “sorte”. -Oh Aida, então vais embora assim, sem mais nada? -Pois, tu estás sempre com essas coisas e eu já estou desconfiada! -Mas quais coisas? -Sempre com segundas intenções e bocas foleiras, e isso tudo. E ainda por cima nem esperto és! -Mas eu só disse que queria o gelado, Aida! Só isso… Mas qual quê?! Abrindo as asas foi-se mesmo embora voando como só as joaninhas sabem voar. E eu ali fiquei só com as minhas cogitações! Rapidamente dirigi-me para um tronco de árvore, e acachei-me! Dentro da minha casa fui pensando: como é que uma simples brincadeira pode tornar-se num processo de intenções e numa análise de comportamento? Há coisas que um caracol como eu nunca há-de entender…
Espero bem que nunca me vejam junto com uma cerveja; ainda são capazes de pensar que eu quero ser comido e eu nem por brincadeira quero pensar nisso! Chiça…!
Choro de raiva só porque choro; Choro de raiva porque não choro! Choro de raiva! Choro e Choro, E só porque choro, choro de raiva!
Choro de raiva pelas injustiças, Pelas calúnias e pelas malícias! Choro de raiva pelos boatos, Pelos fracos e pelos maus tratos!
Choro de raiva pela minha fraqueza, Pela minha insegurança e pouca firmeza! Choro de raiva pela minha impotência De obrigar quem pode a uma melhor certeza!
Choro de raiva de noite e de dia, Pela minha paz e minha cobardia! Choro de raiva à noite deitado, Entre lençóis e bem aconchegado!
Choro de raiva quando deitado! E mesmo dormindo,
estando acordado, Choro de raiva!
Choro de raiva! E choro! E choro! Choro a revolta que por mim passa Por saber que não mereço Que me acusem de tanta desgraça!
Choro de raiva! E choro! E choro! E choro com raiva pelo meu choro!
O meu choro nada resolve; O meu choro nada adianta; O meu choro só satisfaz Aqueles que não me amam!
E também por isso eu choro! Como choro pelos que amo!
Mas então estes governantes que nos governam sabem ou não sabem o que andão fazendo?
E a "oposição" também está atolada até aos...peitos, pelo menos!
Preocupam-se tanto com a porra do diploma do Sócrates, se ele é engº, se é meio engº ou se é lá o que fôr, e andaram semanas às voltas com esta káka, para quê?
Calaram-se, logo chegaram a acordo!? Deve ter sido!
Isto tudo porque ouvi hoje que o SAP em Vendas Novas foi reaberto porque uma segunda pessoa morreu a caminho do hospital em Évora!
Eu não ouvi vozes da oposição a comentarem esta situação!
Do governo, nem pui..., pois!
Pudera! Estão agarrados pelos tomates!!!
E no meio disto tudo, o Sócrates (perdão, o Sr. 1º Ministro), passeia-se, o ministro da saúde passeia-se, o ministro dos desertos passeia-se, e o Zé fica a pensar: mas onde é que eu estou?
Na multiópticas seria o sítio certo para uns ólicos!
Mas assim, mais parece que estou num pantano e sem margens à vista!
Onde se pode apanhar o comboio para forra? Para Marte, ou Saturno, ou assim...
Acordei “assarapantado”, com o guincho dos pneus a travarem e as sirenes da bófia a zurrarem. Desci as escadas aos saltos e fui bater com o trombil na porta de entrada, neste caso também de saída, dado que eu o que queria era sair! Levantei-me num rápido e mesmo manipulando atabalhoadamente os fechos e os trincos da porta, lá consegui abri-la e sair. Ou melhor, entrar, porque com toda aquela atrapalhação mais o sangue a escorrer da penca, dei por mim na arrecadação por debaixo das escadas. Logo por azar o sacana do aspirador estava mal arrumado e, vendo a porta aberta, “amandou-se” caindo-me em cima do dedão do meu pé esquerdo! Fod… (hum? Ah, não se pode dizer aqui essas coisas?! Tá bem, só digo metade: a-se!) Mas isso ainda não foi o pior! O pior mesmo foi o gato, que assustado (mas que diabo estava o gato fazendo dentro da arrecadação?), atirou-se ao aspirador, (falhou!), e subindo por mim acima galgou as escadas num ápice, deixando-me todo arranhado! Nunca tinha visto um gato tão rápido!!!! Bem, com o aspirador envergonhado por me ter acertado no dedão, lá consegui abrir a porta de entrada por saída, e já na rua percebi o motivo de todo aquele burburinho que me tinha acordado. No arraial, ao fundo da rua, tinha chegado o candidato a presidente da junta de freguesia e a velhada toda entesuada preparava-se para dar os beijinhos da praxe ao manguelas! E então, os carros a chegarem e os acompanhantes a saírem (sim, que estes gajos nunca vêm alones, trazem sempre os lambidelas) e a velharia às palmas… Fo… pronto, pronto, já sei, não se pode dizer… Oh kum karaças! Foi por isto que parti a penca? Bem, assim como assim sempre vou ali à tasca do Xico Gordo e bebo pinguita. Isto há dias…, Oh pah!
...desci a rua calmamente sem destino definido. Parei no quiosque para ler as “gordas” dos jornais diários e das revistas semanais, expostos, mas sem verdadeiramente ver o que estava lendo; notícias desinteressantes o/ou alarmantes, e mexericos da burguesia que interessariam mais aos visados do que à maioria da população, ainda que, estupidamente, essa maioria de dispusessem a comprar essas mesmas revistas. Vá lá saber-se a razão; possivelmente alimentar-lhes-ia o ego, ou pura e simplesmente a curiosidade … Ocorre-me uma entrevista televisiva a que tive oportunidade de assistir na qual um editor de uma dessas revistas para homens afirmava: desde que me iniciei nesta actividade e comecei a ler esses artigos, passei a gostar mais de mim! (?) Que diabo de coisa esta; então o sujeito não teria espelhos em casa?, nem se teria visto numa fotografia?, teria que ler prosas superfluas e ver fotografias fabricadas para, qual Narciso, passar a gostar mais dele mesmo? Qual será o conteúdo do craneo de uma destas pessoas, para além dum sistema nervoso? Será que possuem um cérebro em plano inclinado por onde os pensamentos desli-zam sem deixar rasto? Será que nem um resquício permanece? Será que cada revista sobre a qual se “debruça”, é uma espécie de lago o qual lhe transmite a formula: não ha mais belo do que tu… ? Será que são tão castrados de pensamento que assumem serem melhores unica-mente porque se sabe serem habituais compradores dessas revistas e que esse facto, só por si, os obriga a serem melhores? Será que não conseguem “ver”, e verem-se, para além disso? Será que não querem ver para além disso? Será que isso lhes dá um melhor (e maior) estatuto perante a “vulgaridade dos seres menores” que não compram nem leêm essas revistas? Será que se sentem maiores porque as compram e que ao exibi-las “desplicentemente” dobradas sob o braço, se sentem fazerem parte de um mundo superior? Será? Será que são tão imbecis assim? Ou será que são tão somente, imbecis? Questiono-me ainda sobre o que produzem. E produzem? O quê, para além de futilidades? Interrogo-me: que tipo de sociedade nos espera, dirigida e/ou influenciada por seres humanos deste teor?
Estava eu tão inspirado (até parecia um balão) quando me deu na mona ir passar uns dias à beira mar (mais concretamente em Porto Côvo, que aliás aconselho a visitarem), para relaxar e acabar com o stress (mas qual stress, se eu não faço nada que jeito tenha).
E relaxei-me tanto que agora os meus neurónios, já de si mais amarelados do que cinzentos, adormecem tão profundamente que chegam a ressonar.
Lá acorda um e depois outro, para se recostarem novamente, ensonados e até rabujentos. Calcule-se, neurónios rabujentos!
Resultado: nada! zero! nickles! rien de rien! (agora lembrei-me da Edite). népia...
Nestas circunstâncias é aconselhavel sentar-me no sofá, ver distraídamente um qualquer programa televisivo, e aguardar calmamente que os "gajos" acordem. Algum dia isso irá acontecer; podem é não acordarem todos ao mesmo tempo, mas isso se verá.