GALINHA DOS OVOS d'OIRO
Há certamente quem não se lembre dos bancos (dos que guardam dinheiro) com balcões de atendimento espalhados por variados locais e onde “a gente” tinha que ir para sacar uma parte ou a totalidade do dinheiro (do nosso dinheiro) que lá tínhamos depositado, preenchendo um cheque, apresentando-o ao caixa, e mostrando o BI para ele ver que éramos o próprio.
É verdade que havia quem nem para abrir conta num banco tivesse dinheiro, mas isso é assunto para outra postagem; para outros lamentos!
Chegado o tempo dos “buracos nas paredes, as atm’s” os bancos ofereceram cartões (mediante anuidades cujos valores foram aumentando), permitindo o levantamento de dinheiro onde quer que houvesse uma atm e com isso possibilitando-lhes diminuir o número de trabalhadores e, consequentemente, das inerentes despesas.
Também comprar com esses cartões era uma facilidade, sobretudo porque beneficiavam de uma comissão sacada a quem aceitava vender e ser pago com cartão.
E a coisa era tão boa que permitiu ganhos aos bancos mas também a uma nova entidade que foi constituída propositadamente para emitir/conceder os tais cartões.
Ou seja, ganhavam (ganham) todos com o dinheiro que não é deles.
As gasolineiras tanto deram ao rabo que conseguiram que sejam os consumidores a pagar uma taxa para abastecerem as viaturas, mas não os vulgares comerciantes e nem os consumidores, que não têm a força daquelas para fazer valer os seus objectivos.
Surpreendentemente (ou talvez não) no caso de um cartão ser perdido ou roubado e usado fraudulentamente, os bancos não assumem quaisquer responsabilidades.
Os tempos mudam e com eles aumentam os interesses (gananciosos) bancários que não contentes com o que ganham com o dinheiro dos depositantes procuram outras formas de mais lucros obterem, cavando e esgravatando até ao osso, numa avidez sem limites.
Não é que pense serem os banqueiros uma espécie do camponês que Esopo* retratou e cuja avidez o levou a matar a galinha dos ovos d’oiro. Mas pelo meu ponto de vista não deixa de haver uma certa similaridade nesta nova casta de tios Patinha, a quem já não basta mergulhar no dinheiro que possuem; o lucrarem com o dinheiro dos outros sem olhar a meios, é-lhes vital para a sua existência.
Até ao dia em que (tendo os que lucraram, os seus lucros bem guardados) já não haja por onde espremer.
*uma ligeira referência erudita para que isto não se resuma num simples lamento discordante pela forma (e conteúdo) de como a sociedade está a ser conduzida.
ilustração copiada de: elo7.com.br