O MEU MUNDO ESTÁ ACABANDO
Estou eu muito descansado na minha aconchegadinha vidinha (não estamos todos?) e eis senão quando dou conta de que o meu mundo está desaparecendo aos poucos, como se fosse um ampulheta de grãos de areia (em cada grão um amigo) onde a vida acontece na parte superior e daí se vai esvaindo para a metade inferior não havendo como voltar atrás, porque não é permitida a rotação da dita ampulheta/vida onde o passar do tempo nada significasse e uma simples inversão permitisse um novo começo. Mas não, não há recomeços! O meu mundo (o nosso mundo) é povoado de amigos, amigos mais ou menos próximos (de proximidades + ou - acentuadas devido às circunstâncias das nossas vidas sem que, por via dessas circunstâncias, as amizades se desvaneçam). Este post porquê?, porque esta semana morreu mais uma parte do meu mundo; morreu-me o Néné (alcunha carinhosa do Carlos Marques), um amigo de 43 anos de idade, uma idade para viver e não para morrer. Foi no Sábado e foi fulminante.
O meu mundo está a mirrar, está a encolher! Nestes momentos penso: serei eu o último a ir-me, a passar-me para esse outro mundo que alguns afirmam ser melhor do que este? Seria como ter este mundo só para mim, seria porém um mundo deserto!
ilustração ampulheta copiada de: andei pensando Gustavo Sirelli