A MORTE e as PENAS.
Aos 44 anos morreu-me uma amiga, a Fátima! Adoeceu à pouco mais de dois meses (talvez muito antes mas sem que ela o tenha percebido), de que as últimas duas semanas foram muito difíceis sendo a 2ª (ao colapsarem todos os seus sentidos) se tornou numa dolorosa realidade para familiares e amigos.
A 1ª vez que a vi (teria ela 16 ou 17 anos), foi ao balcão da pastelaria onde habitualmente eu tomava o 1º café da manhã e onde ela trabalhava; fomo-nos tornando amigos, amigos de café e do café, conversando sobre coisas da vida, das dificuldades que o ser mãe solteira lhe acarretavam...Quando nos morre um familiar sentimos uma dor não física mas ainda assim uma dor que o passar do tempo vai atenuando. Quando nos morre um amigo é a mesma coisa e, contudo, parece-nos ser diferente; é como nos faltar um apoio, algo a que dedicámos tempo e sentimentos que gratuitamente nos foram retribuídos; é bem verdade que não escolhemos a família nem os vizinhos, nem sequer quem amamos. Só escolhemos, de facto, os amigos! Em síntese: sentimo-nos incompletos sempre que um amigo nos falta! A minha amiga morreu no dia 5 de Agosto. Sei que, mesmo não sendo a mesma coisa, continuará viva enquanto for recordada apesar da tristeza da sua ausência e da sua saudade. Sendo a vida e a morte partes de um todo então direi que de morrer eu não tenho medo, mas tenho pena, muita pena!