40 vezes 25
Quarenta anos depois e apesar dos cravos renovados a cada Primavera, o 25 de Abril vai perdendo forma e cor e, sobretudo, o perfume da sociedade sonhada por todos os que se puseram ao caminho para acabar com um regime obsoleto que caminhava teimosa e orgulhosamente só, para o fim. Um triste fim!
Garantido que foi o fim da ditadura Salazar/Caetano, os militares voltaram aos quartéis deixando à sociedade civil a gestão da democracia, objectivo primeiro da revolução.
Muitas foram as ideias e os caminhos para aqui chegar; alguns difíceis e complicados e outros nem tanto. Mas chegámos acreditando sempre que "àmanhã" estaremos melhor!
Apesar de tudo estamos, se compararmos a situação que se vivia até 1974.
Poderíamos estar ainda melhor? Seguramente que sim! E mais ainda se os governos entretanto eleitos tivessem governado o País de um modo mais justo. São porém injustos os que, por conveniência, por ignorância ou simplesmente por estupidez, se declaram contra o 25 de Abril, sem qualquer respeito por todos aqueles que agora lhes permitem expressar-se livre e publicamente.
Porque os que fizeram o 25 de Abril não são os culpados da situação em que nos encontramos. Pelo contrario, são os que se recusam a ouvi-los e que numa situação de stress os proibem de se expressarem na casa que -nas palavras da sua Presidente- é a casa do povo: a Assembleia da República.