EU...
...Não tenho grande préstimo
Nem sou nada especial.
Sou tão feio que nem com máscara
Me aceitam no carnaval.
Se fosse bem esticado
Mas a marreca nas costas
Faz uma grande curvatura.
Tenho um olho de cada cor;
Um azul, outro castanho.
O nariz chega-me ao queixo
Tal é o seu tamanho.
Para enfeitar os beiços
Um bigode queria ter;
Q’os dentes são tão poucos
Que mal dão para comer…
Da minha cabeleira ruiva
Que já conheceu melhores dias
Restam-me 3 ou 4 pelos
Na careca luzidia.
Sou leve como passarinho,
E mais magro que um cão;
Uma qualquer ventania
Já me levanta do chão.
Em dias de temporal
Não posso sair à rua
Que num golpe de vento forte
Posso ir da terra à lua.