O QUE EU VI - 1
Hoje fui às compras.
Ou seja, fui acompanhar quem me atura que ela sim, foi às compras num super mercado que “habita” aqui perto. Digo assim para perceberem que não é na Holanda ainda que por lá tenha família.
Chegámos à caixa.
Ali mesmo à minha frente (na bicha) estava uma velhota segurando um saco plástico branco (já usado) contendo dois pacotes de leite, 4 ou 5 carcaças, e uma embalagem de margarina. A medo colocou todos os alimentos sobre o tabuleiro e esperou enquanto a “operadora” acumulava valores no mostrador da registadora.
-São “…€”, disse.
A velhota tirou do bolso do casaco (tão velho como ela), todas as moedas que possuía e depositou-as no balcão, sempre a medo, olhando alternadamente ora a operadora, ora as já referidas moedas.
No seu olhar facilmente se podia ler uma súplica e uma esperança: que todas as moedas fossem suficientes para pagar todos aqueles alimentos.
Não eram!
A operadora chamou outra operadora (que é mais operadora que ela) para anular a compra.
A velhota continuou olhando ora a operadora, ora as moedas; os seus olhos gritavam:
-veja lá bem, menina. veja lá bem que se calhar o dinheiro chega…
Mas a operadora não via. Não via nada de nada! Só o valor a receber.
Todavia houve alguém que viu e fez o que foi necessário fazer para que o dinheiro chegasse!
Porque descrevo esta situação (que de facto aconteceu)? Por saber que o 1º Ministro foi visto num super mercado “às compras”, numa cena de:
vejam lá que até é ele que vai às compras.
Que pena, Sr. 1º Ministro, que não frequente o mesmo super mercado que eu e que por isso não tenha possibilidades de assistir a casos como o que acima refiro!
É mesmo uma pena!
É que também não dá para rir, que faz ainda mais pena!